quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Carta a um futuro amor

Escrevo para alguém que não sei quem é, onde vive, quais seus sonhos ou o motivo das suas crises. Não sei quais são seus passatempos nem quanto dos meus romances passados há em você.  Escrevo para alguém que sei que existe e saber disso basta. Que em algum canto do mundo está aí, refletindo sobre o que vem aprendendo com os erros do passado. Ou quem sabe se perguntando se existem de fato erros ou se tudo são tentativas eternas, e que sempre vale a pena. Se é alguém que também se pergunta se existe essa coisa de aprender, de evoluir, ou se tudo são só lembranças, conhecimentos escondidos nos recônditos da alma, encobertos pela neblina do que o social vem nos enfiando goela abaixo como "verdades" - e que são conhecimentos que a gente tá se lembrando de como acessar. Se é alguém que trabalha em pleno feriado por estar fazendo algo que ama, sem se preocupar com a próxima sexta nem com as segundas-feiras. Ou se é alguém que, assim como eu, está em casa, escrevendo ou se dedicando a qualquer arte - o que dá um pouco mais de sentido à vida. 
Eu escrevo para alguém que, nesse momento, pode estar se perguntando se ainda existe quem acredite em romances duradouros, de verdade. Alguém que também esteja cheio de tanta superficialidade. Alguém que ame as palavras assim como eu. E que preza pra que elas sejam "de alma", assim como as minhas. Alguém que ainda não sabe se esse roteirinho que o social diz que a gente deve seguir condiz com os reais desejos de seu coração, e que esteja tão confuso quanto a isso como eu sempre estive. E que, talvez, quando enfim nos encontrarmos nessa vida, vá saber finalmente se é isso o que veio fazer aqui - ou não. Alguém que escuta uma canção em algum lugar do mundo, questionando: onde você está? E quando vou te encontrar?
Mas não importa. Eu sei que você existe. Eu sei que será diferente de tudo o que foi até então. Eu sei que dessa vez tô "criando certo". De acordo com meu ponto de vista, é claro. E não importa. Importa é que, agora, olho pela janela e me sinto grata por esse céu azul e esse sol lindo. E que, enquanto o sol me aquece confortavelmente, eu sinto e sei: está tudo certo. Está tudo bem. Que eu estou vivendo despreocupadamente, porque amo estar aqui. E que, quando você chegar, tudo o que já é perfeito vai ficar ainda melhor! 

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Alívio Imediato

Fazia algum tempo que não colocava nome de música no título de uma postagem. Mas enfim, esse é o que melhor representa meu atual estado de espírito. Alguns ciclos definitivamente precisam ser encerrados. Algumas pessoas cruzam nosso caminho e nos deixam sem compreender direito se há algum propósito ou se são apenas resposta do que a nossa mente cria. E então, elas se vão, e nessa ida, às vezes deixam para trás alguma questão mal resolvida. Se isso lhe soa familiar e eu posso dar um conselho, é: resolva de uma vez. Esclareça, perdoe, procure se desvincular de situações que tenham uma razão óbvia para não fazer mais parte da sua vida. E siga. Sobretudo, siga, não olhe para trás, não gaste tempo revivendo coisas, alimentando lembranças do que já não tem mais razão de ser. A vida nos oferece a cada dia a oportunidade de nos renovarmos. E é importante permitir que o novo venha, como alguém que doa roupas e pertences que não usa mais, que só estavam ocupando espaço, e assim, permite que a energia tenha espaço para circular e que se renove. Precisamos compreender que o tempo de algumas situações, pessoas e outras coisas na nossa vida passou e que não combinam em nada com nossa vida atual. Quando você finalmente consegue encerrar ciclos, o alívio é imediato e a vida simplesmente flui.

domingo, 2 de outubro de 2016

Eu tô aqui

Eu tô aqui, sábado à noite, na verdade um domingo, porque já passa da meia noite, enfim. Contradizendo toda essa galera "top" cheia de coisas interessantes para fazer em uma noite como essa enquanto eu só preciso descansar corpo, alma e coração. Eu tô aqui, me perguntando onde eu tava com a cabeça quando respondi aquela mensagem anônima que eu sabia que era sua e pensando no quanto eu conheço bem seu jeito de se expressar mas desconheço todo o resto em você. Eu tô aqui, sabe. Tá tendo festa aqui na rua e, diferente de outros tempos, embora a música não seja do meu agrado, o som não me incomoda, ao contrário: fico feliz por ter gente comemorando e se divertindo, afinal, esse é o lado do paradoxo da vida que me faz saber que hoje eu tô aqui, meio xoxa, mas qualquer dia desses vai passar, como sempre, e eu vou estar comemorando a vida como tenho feito no tempo em que estávamos afastados. Não que tenha sido ruim ter te reencontrado. É só que minha mente insiste em me dizer que nada mudou e que era melhor ter deixado como estava, mas tudo bem: ao menos as coisas entre nós foram esclarecidas, então o propósito foi cumprido. Eu tô aqui, um pouco sem sono e cheia de inspiração, porque assim como o Adam (o do filme, não o da banda, muito menos o personagem que você inventou), eu não sei escrever sobre o que me deixa feliz. O bom de tudo isso é que, como já desmoronei uma vez (quando você virou as costas e partiu, não voltou pra me dar aquele abraço), então dessa vez eu já não esperava nada e estou mais forte. O ruim é que, depois daquele dia em que minha máscara caiu na tua frente e a minha alma ficou nua enquanto eu me afogava nas lágrimas que me trouxeram até em casa, eu achei que você conhecesse o meu coração e soubesse que era melhor me deixar quieta. Mas tudo bem. Continuo acreditando que tudo está certo como está e que cada um de nós fez o seu melhor, segundo quem somos e o que acreditamos. E não é que eu tenha me apaixonado novamente. É só que algo aqui dentro precisa ir embora de vez ao invés de apenas voltar a adormecer.