domingo, 5 de setembro de 2010

Sobre Folhas Mortas


Eu realmente não quero mais postar textos 'sentimentalistas' aqui. Como um claro sinal de que preciso me dar um tempo mais do que nunca, agora. Um  belo dia você conclui, por motivos diversos, que não se deve acreditar tanto em palavras, e sim observar as atitudes das pessoas, se condizem. Você praticamente cresce aprendendo isso, por meio de observações, etc. Legal. Mas eis que a vida te pega de surpresa e te mostra que até mesmo as atitudes podem não significar o que parecem. Você observa e leva em consideração gestos, ações, demonstrações...e você quase acredita -sim, eu disse 'quase', porque como diria Humberto Gessinger: é preciso fé cega e pé atrás. Na pior das hipóteses, fé cega e faca amolada (risos!). Enfim: não bastasse a banalização das frases supostamente afetuosas que são ditas como 'bom dia' e 'boa tarde' por aí a torto e a direito, há uma certa banalização nas atitudes também. Pessoas que não são muito acostumadas a interpretar o que lêem, o que ouvem e o que observam e passam por cima disso, sem dar importância, deixam passar em branco e pensam...que todo mundo é assim. Por exemplo, se alguém te manda uma letra de música, e você procura entender porque mandou, se quer dizer algo com aquilo, o que diz na letra. Bobagem, em alguns casos! Muitas vezes a pessoa que manda nem sabe direito o que tá dizendo na tal letra. E isso não importa muito pra ela. Sem contar a variedade de interpretações que se pode ter de uma mesma letra, e tal. Nesses casos, o melhor a fazer é perguntar- nada de ficar à mercê de deduções. Isso, só pra citar um exemplo tosco.  Mas eu estou focando aqui as ações mecânicas das pessoas, sem um motivo consistente, e tal. Coisas que vão muito além de dedicar uma letra de música. Eu nem os culpo tanto...é a moda, agora, a falta de significado, a banalização. Uma parte da culpa é de quem interpreta. Às vezes a gente vê tudo, quando elas não querem dizer...quase nada. Pois é. Tanta vida, tantas pendências a resolver, tantas conquistas por vir, tanto por concretizar...que não quero mais me focar, nem por minutos sequer, em pequenos tropeços...sim, pequenos. Farei da solidão uma aliada, como sempre fiz, até quando eu não mais sentir necessidade dela. Ligo o foda-se, o desconfiômetro (que agora está bem mais aguçado) e reúno forças com todas as lições aprendidas até agora, desde as mais triviais.
Há uma infinidade de caminhos a seguir, escolhas a fazer, decisões a tomar, muita coisa realmente importante vindo. Agora é seguir adiante, dona dos meus passos sobre folhas mortas. E procurar me focar no que realmente interessa. Tomar as rédias de todas as situações que estão por vir, e fazer das minhas atitudes um determinante.  E chega de 'mimimis' por aqui.


Eu caminho por uma estrada solitária
A única que eu sempre conheci
Não sei até onde vai
Mas é um lar para mim e eu ando só
Eu caminho por esta rua vazia
Na avenida dos sonhos destruídos
Onde a cidade dorme
E eu sou o único, e eu ando só.
Minha sombra, a única coisa que anda ao meu lado
Meu coração falso, é a única coisa que bate
Às vezes eu desejo que alguém me encontre
Até lá, eu ando só.


2 comentários:

Luzia Medeiros disse...

O destino, nosso velho embaralhar de cartas, a vida ditando o tempo da jogada, e nós de cartas na mão, achamos que temos alguma na manga e tudo muda. Estamos sempre na iminência do momento final, onde seremos vencedores, mas como saber? A vida é assim, um dia se perde, outro se ganha, há os blefes, e bons jogadores que são mestres em nos fazer acreditar que estamos ganhando, somente para que eles ganhem tempo e façam o seu melhor...esse não é o meu discurso ideal, sou sentimentalista demais para crer nisso, mas já passamos por tanta coisa, que não posso negar, que Elis Regina não errou quando cantava "Vivendo e aprendendo a jogar, nem sempre ganhando, nem sempre perdendo mas aprendendo a jogar". Chegou o momento de concentração, de não ouvir mais palavras vãs, para que mais na frente seja o seu momento! A hora de colocar as cartas na mesa sorrindo! Bjs!

Anônimo disse...

Estamos frios, sem sentimentos. E o resultado disso é inverdade. Não há receio em mentir, se não tivermos sentimentos. Precisamos antes de aprendermos a compartilhar a verdade com o outro, descobrir o que é verdadeiro dentro de nós. Com isso, poderemos confiar no que há lá. Confiando nisso, confiaremos no que há dentro do outro também.
Mas é um longo caminho a se percorrer. Os hábitos mecânicos de fingir, já não são mais um mal hábito, mas um uma crença ingênua.

Posso ir com você, na estrada?
Mesmo que você não me veja, posso estar lá?

Um abraço na sua evolução!