Escrevo para alguém que não sei quem é, onde vive, quais seus sonhos ou o motivo das suas crises. Não sei quais são seus passatempos nem quanto dos meus romances passados há em você. Escrevo para alguém que sei que existe e saber disso basta. Que em algum canto do mundo está aí, refletindo sobre o que vem aprendendo com os erros do passado. Ou quem sabe se perguntando se existem de fato erros ou se tudo são tentativas eternas, e que sempre vale a pena. Se é alguém que também se pergunta se existe essa coisa de aprender, de evoluir, ou se tudo são só lembranças, conhecimentos escondidos nos recônditos da alma, encobertos pela neblina do que o social vem nos enfiando goela abaixo como "verdades" - e que são conhecimentos que a gente tá se lembrando de como acessar. Se é alguém que trabalha em pleno feriado por estar fazendo algo que ama, sem se preocupar com a próxima sexta nem com as segundas-feiras. Ou se é alguém que, assim como eu, está em casa, escrevendo ou se dedicando a qualquer arte - o que dá um pouco mais de sentido à vida.

Mas não importa. Eu sei que você existe. Eu sei que será diferente de tudo o que foi até então. Eu sei que dessa vez tô "criando certo". De acordo com meu ponto de vista, é claro. E não importa. Importa é que, agora, olho pela janela e me sinto grata por esse céu azul e esse sol lindo. E que, enquanto o sol me aquece confortavelmente, eu sinto e sei: está tudo certo. Está tudo bem. Que eu estou vivendo despreocupadamente, porque amo estar aqui. E que, quando você chegar, tudo o que já é perfeito vai ficar ainda melhor!
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